Ao dirigí-lo, a sensação é de demora para engrenar, principalmente se você estiver rodando na cidade, ou seja, na casa dos 50 km/h. A falta de agilidade do câmbio automático de seis velocidades é um dos motivadores desse comportamento. Até que o condutor quebre a barreira dos 60 ou 70 km/h, a transmissão "segura" o Renegade na terceria marcha e basta uma leve desacelerada para voltar à marcha inferior.
motor 1.8 também mostra pouco fôlego para carregar os 1.440 kg do SUV. Até o fim deste ano, isso deve ser compensado. A promessa é de que em 2017 o Renegade receba o motor 2.0 flex Tigershark. Criado em parceria comMitsubishi e Hyundai, ele tem 164 cv a 6.000 rpm e 20,4 kgfm a 4.400 giros quando abastecido com etanol. Contudo, antes ele deve receber o 1.8 E.torQ mais potente da picape Toro.
Devido às suspensões traseira e dianteira independentes, o utilitário compacto filtra bem as irregularidades do solo e tem boa estabilidade. A direção elétrica é bem calibrada, mas poderia oferecer mais de precisão. Por conta desses dois fatores, a impressão ao conduzir o Renegade é de que você está em um veículo maior, o que de certa forma tem a ver com a proposta de robustez oferecida pelo produto.
Custo benefício
Na própria versão intermediária Longitude, que serve de base para o pacote opcional, o SUV compacto vem bem equipado. Os destaques são equipamentos como ar-condicionado digital automático de duas zonas, sistema multimídia com tela sensível ao toque de cinco polegadas, câmera de ré, aletas para trocas de marchas na coluna direção e freio de mão elétrico.
Uma das adições mais interessantes do pacote Limited Edition é o painel de instrumentos digital de sete polegadas. Posicionado no lugar do computador de bordo, ele permite que o condutor selecione se quer visualizar a velocidade do carro ou a música que está sendo tocada, entre outros. Ele facilita bastante, por exemplo, ao projetar a velocidade limite que você está selecionando para seu piloto automático.
Mesmo na configuração mais simples o Renegade traz um conjunto parrudo de itens de segurança, entre eles airbag duplo, sistema eletrônico anti-capotamento, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa e fixação isofix para cadeirinhas infantis. Os opcionais acrescentam, ainda, airbags laterais, de cortina e de joelhos. Os equipamentos só reforçam a segurança do modelo, que foi classificado com nota máxima no teste de colisão do Latin NCAP. Lembrando que a configuração avaliada pelo órgão é sempre a mais simples.

JEEP RENEGADE LIMITED EDITION (FOTO: MARCOS CAMARGO)
Vale a compra?
Não. Se você quiser colocar um Renegade flex na garagem, pense em versões mais simples do que a Longitude com o pacote Limited Edition. A própria configuração Sport, a basicona, já tem um bom conjunto de equipamentos. Se a sua proridade for espaço interno, deixe de lado esse SUV compacto. Ele tem apenas 283 litros de porta-malas. Para comparação, o hatch compacto Ford Ka tem 216 litros. Além disso, quem vai atrás também sofre com o tunel central elevado e a falta de espaço para os joelhos dos ocupantes. Mas a maior falha é o motor fraco demais para o porte do SUV, que vale o investimento pra valer na configuração 2.0 diesel.
Ficha técnica
Motor: Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, comando simples, injeção multiponto, flex
Cilindrada: 1.747 cm³
Potência: 132 (E)/ 130 (G) cv a 5.250 rpm
Torque: 19,1 (E)/ 19,1 (G) kgfm a 3.750 rpm
Transmissão: Automática de seis marchas, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Independente McPherson na dianteira e traseira
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, ABS
Pneus: 2225/55 R18
Dimensões: Comprimento 4,23 m; Largura 1,79 m; Altura 1,70 m; Entre-eixos 2,57 m
Capacidades: Tanque 60 l
Peso: 1.440 kg
Porta-malas: 283 litros (aferido por Autoesporte)
Fonte: http://revistaautoesporte.globo.com/Analises/noticia/2016/01/avaliacao-jeep-renegade-16-flex-limited-edition.html