Carlos Ghosn, CEO da Aliança Renault Nissan, visitou o Brasil no período dos Jogos Olímpicos e fez anúncios importantes sobre as estratégias das duas empresas no país. A Renault pretende focar esforços no segmento de utilitários esportivos e lançará três novos modelos até o fim de 2017: Kwid, Captur e Koleos. Em relação à Nissan, Ghosn anunciou testes locais de uma minivan movida a células a combustível, abastecida com etanol, e apresentou também no BladeGlider, esportivo elétrico que atinge até 190 km/h.
Ghosn acredita que no próximo ano o mercado automotivo no Brasil será fraco como o atual em volume de vendas. "Chegamos ao fundo do poço e penso que 2017 será semelhante a 2016, com cerca de 2 milhões de unidades. Mas a realidade do país está entre 3,5 milhões e 4 milhões de unidades", diz.
Entre as dificuldades atuais ele cita a maior seletividade na concessão de crédito, mas volta a confirmar a expectativa da Aliança Renault-Nissan de alcançar 15% de participação no mercado brasileiro, sem no entanto determinar em que ano isso vai ocorrer.
Juntas, Renault e Nissan somam no acumulado até julho 10,06% das vendas no Brasil, sendo 7,39% da marca francesa, que pretende ampliar para 10% a participação no mercado nacional. Com o recém-lançado Kicks a Nissan espera passar dos atuais 2,67% para 3% ainda em 2016.
NISSAN
O BladeGlider já havia aparecido como conceito no Salão de Tóquio de 2013, mas é a primeira vez que a montadora o mostra como um modelo ativo, capaz de rodar. A tração é traseira e são utilizados dois motores elétricos, um em cada roda. O carro acelera de zero a 100 Km/h em 5 segundos. Um dos destaques é a posição central do motorista. Os passageiros se sentam ao lado e atrás dele.
A potência é de 268 cavalos. A energia elétrica é fornecida por uma bateria de íons de lítio de 220 kW. Os retrovisores externos foram substituídos por câmeras instaladas atrás das rodas dianteiras. A imagem de cada uma é projetada em duas telas no painel.
O e-Bio Fuel-Cell, primeiro protótipo movido por uma célula de combustível de óxido sólido, funciona com energia elétrica gerada a partir do etanol. Em vez de um sistema fuel cell convencional, que converte hidrogênio armazenado sob alta pressão em eletricidade, a tecnologia aplicada produz o próprio hidrogênio a partir do etanol. O veículo utilizado, uma minivan elétrica NV200 adaptada ao sistema, tem autonomia superior a 600 quilômetros utilizando um tanque de apenas 30 litros de combustível. A tecnologia estaria disponível a partir de 2020.
Fonte: Automotive Business