Momentos de turbulência na economia – e, no caso do Brasil, também na política – são propícios para o aprimoramento da gestão e o foco na rentabilidade do negócio. Constituído basicamente por empresas de origem familiar, o varejo de autopeças ainda não desenvolveu a cultura de buscar apoio de instituições, entidades e especialistas que possam aprimorar as ferramentas e os métodos que possam levar ao aprimoramento da gestão da empresa.
E a hora é mais do que oportuna para trazer novas experiências e opiniões para dentro da operação. Com base na conjuntura econômica nacional, que exige ainda mais competência dos empresários, a reportagem do Novo Varejo consultou profissionais e especialistas nas áreas de gestão e finanças para identificar atitudes de combate que possam ser implementadas neste período de instabilidade de forma que a lucratividade seja preservada ou, em situações extremas, até ampliada.
Praticamente todos os setores da economia vêm sendo afetados pelo cenário adverso que o Brasil enfrenta. O mercado sofre com diversas restrições. Os clientes, em geral, têm hoje menor poder aquisitivo e estão com a confiança abalada. O dinheiro em circulação, por consequência, está mais escasso. Desta forma, é imprescindível que o varejista de autopeças dedique, antes de tudo, especial atenção o seu caixa.
O caixa é o primeiro indicativo de que a empresa está passando por algum problema. Cuidar bem da saúde do caixa é se organizar para controlar as entradas e saídas dos recursos financeiros. Leonardo Zylberman, sócio e consultor da Integration, aconselha o empresário ou gestor do negócio a realizar aquilo que ele chama de “casar o ciclo de caixa”. Ou seja, acompanhar, de imediato, os prazos de fornecimento, gerenciar com cuidado os estoques e organizar as datas das contas a receber. “Você tem que olhar, primeiramente, o seu prazo de fornecimento – o quanto os fornecedores te dão de condição para pagar as compras que você faz. Nesse momento de crise, a gente tem que procurar, ao máximo, alargar esse prazo”, ensina.
Após essa providência, é necessário gerir o estoque a fim de otimizar a entrada de recursos financeiros na empresa. “Por exemplo, avaliar se o estoque está muito elevado – o varejista pode ter R$ 1 milhão em produtos e vender mensalmente apenas R$ 200 mil. Neste cenário, ele teria cinco meses de mercadorias paradas ali, o que afeta consideravelmente o fluxo do caixa”, continua o consultor. Atacar o prazo de estoque é apresentar uma condição de mais respiro econômico ao varejo.
Por fim, o terceiro ponto relevante é atentar-se ao prazo dado para recebimento dos produtos comprados pelos clientes. “Quanto antes entrar esse dinheiro, melhor para a saúde financeira da empresa”, conclui Leonardo Zylberman. De acordo com o consultor, essas medidas devem ser estudadas e estabelecidas por meio de um equilíbrio, para que não provoquem problemas como inadimplência, por exemplo.
Fonte: Novo Varejo