Para atender a um ambiente repleto de desafios e mudanças constantes, faz-se necessário promover uma revolução educacional no setor varejista.
O setor sempre se caracterizou pela perspectiva da “mão na massa”, aprende-se fazendo e não, necessariamente, nos bancos escolares.
Na realidade de hoje, o preparo e formação de pessoas que estejam “antenadas” com a realidade sem perder o passo e a visão das novas tendências são de extrema importância para a sobrevivência do negócio.
São raros os profissionais do ramo que demonstram preocupação inicial com aspectos de planejamento administrativo, financeiro, posicionamento de marca, qualificação das pessoas, mercadorias, estoques, planejamento de vendas, pesquisas de mercado, fornecedores, entre tantos fatores relevantes para o sucesso do lojista.
Quando o empresário depara-se com a concorrência avassaladora, brigando por centavos e pela oferta e promessa de serviços agregados aos produtos, neste momento da verdade percebe-se o verdadeiro valor da formação cultural.
A educação entra como alavanca propulsora da prestação de serviços com qualidade, do entendimento das necessidades dos clientes, da escolha eficaz de produtos, da visão global, enxergando toda a floresta e não somente as árvores, agregando valor em todas as suas ações.
A partir deste instante, retirados da sombra dos excluídos pela falta de segurança em relação ao conhecimento requerido para um negócio, os varejistas buscam respostas milagrosas que, invariavelmente, passam pela necessidade de melhor qualificação, isto é, treinar o seu pessoal.
Nessa linha, o varejo permanece necessitando de mão-de-obra intensiva, isto é, os varejistas ainda precisam se apoiar nas pessoas para execução de inúmeras atividades básicas, como compras, exposição de mercadorias, fornecimento de serviços ao cliente, entregas, recebimento de mercadorias, operações de logística interna, entre diversas outras.
Os varejistas precisam se convencer da importância do investimento e estímulo na formação e desenvolvimento de sua equipe de trabalho. Os seus líderes necessitam ir além, sair do discurso rebuscado e da inércia e correr em campo para preencher uma lacuna há muito relegada ao sabor do acaso, do esporádico, do “quando der tempo” ou outra desculpa qualquer.
Desculpas não faltam para não realizarmos algo, é o mal da humanidade. O desenvolvimento das pessoas precisa ser encarado como um investimento e, jamais, como um custo, um desperdício. Quem, nos dias de hoje, tiver essa mentalidade, essa miopia, irá amargar destinos nada nobres.
Investir na formação adequada ao nosso tempo e sintonizada com as tendências é um dos caminhos do sucesso. As empresas precisam entender que o treinamento concretiza a verdadeira diferença para sair da mesmice e proporciona uma aplicação prática e imediata no dia-a-dia.
Só assim o setor se desenvolverá mais e poderá, com o tempo e persistência, escalar novos degraus rumo ao topo.
O setor varejista tem urgência por pessoas cada vez mais qualificadas, sob pena de estagnar. Um país só se desenvolve com pessoas. Pode-se ter a melhor das melhores tecnologias existentes, mas quem irá operá-la? Quem precisará lidar com essas mudanças? Somente os melhores sobreviverão. É uma verdade inquestionável, não existem melhores, sem educação.
Gilclér Regina é Escritor e Palestrante Profissional
Fonte: Jornal Brasil Peças