Principal novidade da Chevrolet em Detroit para o mercado brasileiro, a nova geração do Cruze está exposta em três versões: sedã LT e Premier, e hatch Premier. O hatch, inclusive, faz sua estreia mundial.
À primeira vista, o novo Cruze conquista pelo design. Curioso que, ao vivo, ele lembra bem mais o anterior do que parecia por fotos. Ele mantém o jeitão compacto, apesar do entre-eixos longo, e consegue unir elegância e esportividade numa carroceria feita para agradar a gregos e troianos – sem o arrojo do novo Civic nem a caretice do Corolla. Destaque para os faróis com feixes de LED (que no atual ficam no para-choque) e para a traseira curtinha, estilo cupê. Na versão de topo há um pequeno aerofólio que reforça esta impressão.
Por dentro, porém, o painel parece simples para quem vai brigar com Golf e Focus, no caso do hatch, e novo Civic e Corolla, no caso sedã. Plásticos rígidos dominam o acabamento e, ao menos no modelo LT, ainda temos o velho freio de estacionamento de pedalzinho. Enxertos de tecido (ou couro, dependendo da versão) no painel tentam emprestar requinte, mas o quadro de instrumentos parece mais simples que o atual, assim como os botões de comando no volante. O câmbio passou a ser automatizado de dupla embreagem, porém, as trocas manuais são feitas por botões acima da alavanca da transmissão, em vez das mais práticas borboletas na direção.
Em termos de espaço, no entanto, é nítido o ganho de conforto para os ocupantes do banco traseiro, tanto para as pernas quanto para a cabeça. Ainda há o túnel central, mas ele ficou mais baixo, enquanto o porta-malas continua espaçoso e com as alças do tipo pescoço que invadem o espaço da bagagem. Já a parte central do painel tem comandos que lembram o modelo atual, com a tela da central MyLink (de nova geração com Apple Car Play e Andoid Auto) no topo.
Além do câmbio de dupla embreagem e sete marchas, o Cruze agora é impulsionado pelo motor 1.4 turbo que, em versão flex, deverá render em torno de 170 cv e 25 kgfm com etanol no Brasil. A suspensão foi recalibrada, mas segue com eixo de torção na traseira. Pelo rápido contato, a conclusão é que ele pode agradar ao consumidor brasileiro mais do que atual, mas a Chevrolet terá de estudar bem o preço para tentar ficar abaixo dos japoneses se quiser ser competitiva.
A estreia do sedã deverá acontecer ainda no primeiro semestre, uma vez que a produção na Argentina começa em fevereiro. Já o hatch, que poderia usar o nome Sport7 (afinal, agora são 7 marchas), deve pintar no Salão de São Paulo em novembro.
Texto e fotos: Daniel Messeder, de Detroit (EUA)
Viagem a convite da FCA