Na roda viva que é o dia a dia da pequena empresa, não é fácil evitar os contratempos que roubam minutos preciosos de trabalho. O que se deve evitar é a tendência ao fazejamento, ou seja, ser surpreendido por acontecimentos inesperados e ficar constantemente tendo de resolver problemas, a ponto disso se tornar uma justificativa para a falta de dedicação a tarefas de gestão e administração.
Neste post, vamos traduzir “acontecimentos inesperados” por “não previstos”. Não se trata de questão semântica: ao admitir que acontecimentos podem ser previstos, abrimos uma porta para mostrar a utilidade indispensável do planejamento.
SUSTO, MIOPIA E FRAQUEZA
O consultor Paulo Henrique de Abreu é implacável quando solicitado a elaborar a lista das consequências da falta de planejamento para a empresa e para o empresário.
- Primeiro, o susto, pois o empresário que não planeja corretamente o crescimento de sua empresa acaba vendo a concorrência passar na sua frente, pois perde a oportunidade de antecipar o momento mais adequado para executar as ações estratégicas necessárias, sejam as preventivas sejam as corretivas.
- Segundo, miopia, pois o empresário que não se planeja corretamente tende a ver somente os problemas. Com isso ele acaba fazendo investimentos e ou contratações sem levar em conta a situação futura da empresa já que não consegue enxergar longe.
- Terceiro, fragilidade, pois quando não planeja corretamente o crescimento o empresário acaba deixando sua empresa muito mais exposta às constantes mudanças que ocorrem no mercado. Sem planejamento, a empresa não terá elementos para pensar de forma abrangente e interconectada.
FOCO, RACIONALIZAÇÃO E DISCIPLINA
- Para fazer uma guinada de 360 graus, do fazejamento ao planejamento, Paulo recomenda que o empresário comece por rever suas posturas pessoais.
- Tenha foco. Por meio do planejamento o empresário de uma empresa define exatamente aonde deseja chegar e fixa as estratégias que irá utilizar nessa caminhada.
- Quando se planeja, o empresário passa a dispor de uma referência objetiva para ordenar suas despesas e direcionar a aplicação de seu lucro. O planejamento permite não apenas dimensionar os recursos, mas também sinaliza o prazo e o volume necessários.
- Tenha muita disciplina. Existe um mito segundo o qual basta que o empresário seja talentoso, criativo e saiba improvisar para que ele se torne um vencedor. Embora essas sejam características importantes, por si só não farão com que a empresa seja bem sucedida. É necessário que haja muita disciplina para fazer o que precisa ser feito. O planejamento estimula e direciona a disciplina”.
INFORMAÇÃO, O PRINCÍPIO DE TUDO
Com base no Paulo listou acima, dá para perceber que para fazer um bom planejamento a vontade e a inteligência são mais importantes do que recursos financeiros. Com inteligência é possível selecionar e relacionar as informações que chegam no enorme fluxo de dados que o empresário recebe diariamente, de forma ativa ou passiva.
A partir desse conhecimento bruto que recebe, o empresário filtra os dados que considera relevantes e, se for necessário, aprofunda a pesquisa sobre eles (neste blog mesmo podem encontrados links que facilitam a pesquisa) transformando os dados em informações que vão alimentar o planejamento que vai traçar caminhos para a empresa, prevenindo riscos, estabelecendo metas e como alcançá-las.
PLANEJAMENTO É MEIO E NÃO FIM
“Um aspecto importante a respeito do planejamento é que ele é um meio e não um fim – adverte o consultor Paulo Henrique de Abreu - pode e deve ser periodicamente revisto, pois precisa ser encarado pelo empresário não como um trilho, mas sim como um caminho que sinaliza a direção a ser tomada pela empresa. O planejamento não pode ser uma “camisa de força” na qual o empresário se sinta sufocado, pois caso o empresário não se “enxergue” no planejamento então muito provavelmente o destino desse documento será o fundo de uma gaveta no armário do depósito”.
Fonte: Papo de Especialistas