Quando a matriz está indo bem - com a marca consolidada no mercado e uma clientela fixa, bem como fluxo de caixa e de estoque no mais harmônico funcionamento - é hora do empresário começar a pensar em expansão.
Mas mesmo com a administração em perfeito funcionamento, é preciso analisar cada minúcia na hora de abrir uma filial, pois essa empreitada acaba trazendo riscos naturais para a matriz.
De acordo com o consultor de negócios do Sebrae-SP, Artur Takesawa, o primeiro passo é promover uma análise interna das condições do próprio negócio. "Toda empresa deve fazer análise de ambiente constantemente para saber como ela está no mercado. Se a análise for positiva, ou seja, a empresa está madura e profissionalizada, já possui controles financeiros e de gestão, já tem aceitação de mercado, produtos e serviços bem definidos, equipe formada, ela, resumidamente, está pronta", aconselha.
Takesawa ressalta, no entanto, que o sucesso de uma filial está relacionado àquilo que chamamos 'timing', ou seja, as condições externas oferecidas pelo ambiente do setor. "É preciso saber se o momento é favorável; se houver certeza de que existe mercado consumidor, se for possível explorar os pontos fracos dos concorrentes, se houver mão de obra local disponível e, por fim, se o plano de negócio desenvolvido der sinal de viabilidade, aí é seguro abrir o negócio", pontua. "Em momentos de turbulência econômica, pode ser até mais interessante abrir um negócio, já que muitos fornecedores poderão facilitar no preço, no prazo de pagamento etc", acrescenta.
Uma questão chave e, por vezes, negligenciada é o não-esvaziamento dos recursos humanos da matriz, pois inicialmente é o sucesso dela que dará sustentação para os primeiros passos da filial. Para isso, é preciso que o empresário forme diversas lideranças entre seus funcionários para que ele próprio e seus gerentes mais antigos não acumulem funções e se percam em tarefas operacionais de matriz e filial.
Em relação à localização, Takesawa aconselha que a nova loja esteja estrategicamente posicionada onde não divida sua carteira de clientes. "Se para o cliente tanto faz ir numa unidade ou outra, é sinal de que a escolha do local e a distância foram erradas".
Fonte: Jornal Novo Varejo