Tecnologia, meio ambiente, consumidores e mobilidade urbana compõem o fio condutor para as transformações que já começam a mudar o rumo dos negócios no setor
"Desruption" significa rompimento, mudança radical de rumos, transformação. Nada será como antes. Desruption foi a palavra escolhida por Reynaldo Saad, líder de Bens de Consumo e Produtos Industriais e sócio da Deloitte, para ilustrar o atual momento vivido pelo setor automotivo. Na visão de Saad, o processo vem ocorrendo em diversos setores da economia como um todo, inclusive no varejo, que está às voltas com a revolução digital.
Como o objetivo de convidar o setor a parar para pensar de que forma as empresas podem se inserir nesse mundo novo que está vindo – e que não oferece a alternativa do retorno às práticas anteriores –, Saad apresentou as principais tendências que movem o processo disruptivo. “Segundo ele, a Deloitte recentemente lançou a última pesquisa da manufatura 4.0, e dentro das grandes mudanças tecnológicas que estão acontecendo no mundo a gente pinçou tendências que, entendo, serão as mais fáceis de perceber no Brasil”.
Tecnologia e Consumidores
O consumidor está cada vez mais conectado, conta com informações na ponta dos dedos. Segundo Saad, o cliente tem mais preocupação ética e ambiental do que décadas atrás. Com as mídias sociais a seu favor esse novo consumidor está cada vez mais fortalecido e empoderado, sendo assim ele tem mais voz para exigir e reclamar.
O desafio constante é fidelizar esse novo consumidor. As empresas precisam contar com produtos com mais tecnologia e utilizar os dados dos consumidores de maneira consciente, para entregar produtos e soluções que atendam a esse público.
Ambiental
Mais um grande vetor de transformação para o setor automotivo, segundo a Deloitte, é a questão ambiental. "O consumidor era menos preocupado com isso antes talvez porque o uso de carros não era tão difundido", avalia. Saad aponta que é essencial melhorar a relação entre peso e carga no veículo. "Normalmente o carro pesa muitas vezes mais do que transporta de pessoas. Isso é ineficiente". Saad enfatiza ainda que a dissipação de energia é muito grande, com 65% do combustível desperdiçado em outros processos que não o de mover o automóvel.
Mobilidade Urbana
Por fim, Saad lembra que Google e Apple trabalham há algum tempo no desenvolvimento de soluções para o setor automotivo. Ele espera que em até três anos estas grandes novidades chegarão ao mercado, com grande impacto em empresas já estabelecidas. O consultor prevê grande mudança no conceito de mobilidade, que precisará oferecer mais eficiência. "Andar de carro se tornou caro e um desperdício de tempo no trânsito", aponta, colocando em pauta a evolução do compartilhamento de carros e a expectativa de que a chegada dos veículos autônomos mude completamente o conceito de posse do veículo.
Fonte: Jornal Novo Varejo